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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sarney e a democracia



Quem assistiu o programa CQC dessa segunda-feira presenciou uma cena um tanto chocante para a nossa realidade política democrática brasileira. O repórter Danilo Gentili, ao tentar fazer perguntas ao até agora presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), foi agredido pelos seguranças do mesmo, sem motivo algum. O vídeo pode ser visto pelo Youtube, através do link q coloquei na postagem.

Em suma, isso nada mais é que um regresso aos tempos da ditadura militar, quando os repórteres não podiam exercer sua profissão como tal sem ser vigiados pelo governo. As técnicas utilizadas pelos seguranças eram feitas principalmente no tempo da ditadura, como observou Marcelo Tas. Então, que Estado Democrático de Direito é esse? Se o senador não tem o que temer, por que utilizar métodos tão agressivos para fugir da imprensa livre? Digo livre porque também existem outros órgãos de imprensa (especialmente no Amapá) que existem exclusivamente para bajular o velho oligarca, ou então não possuem autorização para mostrar a notícia debaixo dos panos governamentais e legislativos.

Fora Sarney

O movimento visto no último dia 1 em várias cidades do país, inclusive Macapá, não tiveram o efeito desejado. Não sei quanto às outras cidades, mas em Macapá eu creio que o principal defeito ocorrido foi a extrema atrelação da organização aos partidos políticos. Nas fotos tiradas pelo repórter fotográfico e blogueiro Chico Terra percebeu-se principalmente isso: grandes faixas de PSOL, PSB, JSB e até mesmo JPT. A pouca divulgação que houve foi entre partidários e pelo Twitter, mas pouquíssimas pessoas aqui sequer sabem o que é Twitter! Eu mesmo não sabia até pouco tempo atrás. Saibam todos que se alguém quiser tirar o Sarney do poder, não é através de Twitter, e muito menos através de partidos. Só quem pode tirar Sarney do poder é o povo, e ao contrário do que Marx disse na Europa do século XIX, no Brasil do século XXI nenhum partido pode guiar o povo à vitória. Os partidos no Brasil possuem um sério problema de focar seus objetivos apenas nas eleições e no poder que isso pode decorrer. Esquecem que todo o poder emana do povo, sobretudo a maioria dele. Apenas a mobilização popular pode derrubar poderosos, quando eles mesmos não têm força para isso.

Seja o que for, Sarney não vai abandonar a presidência do Senado tão cedo. Ele já andou em tanta sujeira que já está até imune a essas infecções políticas, ainda mais tendo um antibiótico tão forte chamado Presidência da República.

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