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quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Batalha da Unifap - continuação

Parte II: A Insurreição do MEL

Universidade Federal do Amapá, 3 e 4 de junho de 2009 – Ocorrem eleições para a nova diretoria do DCE e para a escolha de delegados para o CONUNE. Após a homologação das chapas, fica assim a disposição de cada chapa: Chapa 01 – Quem Vem Com Tudo Não Cansa (disputando a reeleição, tem como principal força política o PSOL, em especial a CST – Corrente Socialista dos Trabalhadores; na Unifap é conhecida como coletivo Vamos à Luta); Chapa 02 – DCE Fazer e Acontecer (disputando novamente a eleição, tem como principal força política o PT, em especial a CNB – Construindo Novo Brasil; na Unifap é conhecida como Movimento Estudantil Livre – MEL); e Chapa 03 – Chega de Blá blá blá DCE de Atitude Já (formado principalmente por integrantes da UJS e JSB – Juventude Socialista Brasileira/PSB, tem essas como forças políticas, não muito conhecidos na Unifap).

As eleições transcorrem relativamente tranquilas, com um pouco de confusão apenas no que tange à distância permitida para campanha eleitoral. À tarde, recebemos denúncia de que uma eleitora votou na seção errada, e que um mesário estaria fazendo campanha em plena seção eleitoral. Fomos averiguar, perguntando aos demais fiscais se a denúncia era válida. Todos os fiscais, inclusive da Chapa 02, proponente da denúncia, negaram o fato. O dia encerrou às 21 horas, como dita o Regimento, e por volta desse horário recebemos recurso da Chapa 02, fazendo novamente a denúncia e solicitando que, caso o problema não fosse resolvido, a eleição fosse imediatamente anulada.

No dia seguinte continuamos a eleição. Uma das integrantes da Chapa 02 quis que a eleição fosse interrompida até receber resposta por escrito do recurso, fato impossível sem conseguir o quórum de membros da CE. A eleição continuou normalmente, sempre respeitando o Regimento Eleitoral aprovado em CEB. Por volta das 9:30 da manhã, um dos apoiadores da Chapa 02 informa que entrará com processo judicial no Ministério Público Federal contra a Comissão Eleitoral e solicitando a imediata anulação do processo eleitoral legítimo e democrático, alegando sem provas que o processo não estava sendo levado com a responsabilidade e com a lisura necessária. Com a chegada de mais um membro da CE, a resposta foi dada à noite, respeitando o prazo legal de 24 horas. Mas a resposta foi rejeitada, tendo os integrantes alegado que a resposta não condizia com o recurso impetrado.

Por volta das 21 horas, a eleição é encerrada, e meia hora depois começa a apuração dos votos na sala P5. Devido a problemas de falta de comunicação com o mesário da seção 002, que encerrou a urna antes do previsto, a mesma foi impugnada, sem prejudicar o quórum eleitoral. No total, a Chapa 01 obteve 44,7% dos votos, a Chapa 02 obteve 29,8% e a Chapa 03 obteve 25,4% dos votos, representando 13 cargos para a 01, 8 cargos para a 02 e 7 cargos para a 03. O CEB de posse do dia 8 de junho seria o momento certo para eventuais denúncias ou contestações de qualquer estudante em relação ao processo eleitoral; mas quanto ao assunto, houve silêncio total, de todos os Centros Acadêmicos e chapas concorrentes. A eleição foi homologada democraticamente e com unanimidade por todos os Centros Acadêmicos presentes no Conselho. Vitória da democracia estudantil.

As coordenações gerais e de finanças ficaram apenas com a Chapa 01, graças ao resultado obtido na eleição. Quanto ao CONUNE, dos 7 delegados que a Unifap tem direito, 3 eram da Chapa 01, 2 da Chapa 02 e 2 da Chapa 03.

No dia 19 de junho, quase duas semanas depois do CEB de homologação do resultado e posse da nova diretoria, começa a insurreição do MEL. Primeiramente, durante uma mesa redonda que estava acontecendo no anfiteatro sobre Políticas Públicas para Afrodescendentes, no espaço reservado para perguntas acerca do tema, um membro do DCE anunciou estar processando a Comissão Eleitoral em nome da Chapa 02, alegando que a eleição não fora legítima. Depois, durante a 1ª reunião de diretoria, 4 membros do DCE que compuseram a chapa 02 entregaram o cargo, alegando ter havido fraude eleitoral. À tardinha, os mesmos distribuem um panfleto, agredindo moralmente não só as pessoas que trabalharam na eleição, como todos os estudantes que votaram e julgaram a eleição como limpa, democrática e legítima. Persiste nesse documento a denúncia infundada de fraude eleitoral. Na semana seguinte, mais dois membros do DCE abandonam o cargo, restando, da antiga Chapa 02, apenas dois membros.

No dia 28 de junho ocorre o credenciamento dos delegados para o CONUNE, na UEAP. Eu não pude estar presente durante o credenciamento. Mas segundo informações, a mesa era quase toda composta de partidários e simpatizantes do PT. Durante o credenciamento, foi comum ouvir ameaças de duplicação de ata por integrantes da mesa, que insatisfeitos com o resultado da eleição, queriam escolher autoritariamente outros delegados, de acordo com a sua vontade. Após várias ameaças e um grande atraso na análise da ata da Unifap, nossa ata é finalmente aceita, com certeza graças aos guerreiros, defensores da democracia estudantil, que persistiram e se mantiveram presentes no credenciamento dos representantes dos estudantes da Unifap. Sem sua presença, não se sabe o que teria ocorrido com a tão preciosa ata de eleição de delegados da nossa instituição.

Encerra assim, mesmo que temporariamente, a Batalha da Unifap. Espero que eu não precise relatar aqui novos fatos, pois tenho esperança que tais atitudes baderneiras não voltem a acontecer. Eles podem difamar uma, duas, até mil vezes a democracia e a liberdade de escolha, mas tenho certeza que enquanto houver pessoas conscientes e verdadeiramente militantes por uma sociedade mais justa nesta instituição, a verdade prevalecerá, e ninguém conseguirá alcançar seus objetivos que muitas vezes vão além da politicagem barata e da demagogia.

2 comentários:

Unknown disse...

E meu caro amigo, depois de participar ativamente deste processo eleitoral pude perceber o pq que o pais se encontra nesse atual cenario politico. Infelizmente na base que e o movimento estudantil as pessoas já se deixam levar por interesses proprios...

Fiquei extremamente decepcionada com algumas pessoas, ao perceber q seus interesses politicos se tornam maiores q tudo !!!

E assim como vc espero que tenha se encerrado ‘A BATALHA DA UNIFAP’ !!!

Marxin Leonov disse...

É nessas horas críticas que realmente conhecemos as pessoas, seja pessoalmente ou politicamente.
Mas é isso!
E viva a democracia!