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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sua cidade precisa de um Justiceiro?


Quarta-feira asisti ao filme "O Justiceiro em Zona de Guerra" (The Punisher: War Zone). Excelente filme, com um roteiro e visual muito bons. Ao contrário que muitos acham (inclusive eu achava), o filme não é uma continuação d'O Justiceiro, interpretado por Thomas Jane, mas uma outra versão do Justiceiro. Dessa vez, Frank Castle tinha dois filhos, e os mesmos, juntos com sua esposa, foram mortos no Central Park ao invés de ser em Porto Rico (como mostrado no filme anterior); logo, uma versão mais ligada à HQ (História em Quadrinhos). O Justiceiro é interpretado agora pelo britânico Ray Stevenson (do seriado Roma), que faz uma excelente interpretação como Frank Castle e sua guerra de um homem só. O filme é dirigido pela diretora Lexi Alexander e distribuído pela Columbia Pictures.

Mas o objetivo da minha postagem é mais do que falar do filme. Fiquei pensando comigo mesmo: e se nós tivéssemos um Justiceiro em nossa cidade? Será que a criminalidade diminuiria de fato?

Para isso, postei uma enquete com a seguinte pergunta: Macapá (ou sua cidade, caso não seja de Macapá) precisa de um Justiceiro? Responda a enquete,e comente aqui sua resposta. As melhores perguntas ganharão... Experiência! Afinal, a crise não permite nos darmos ao luxo de dar prêmios...

Termino aqui a postagem aguardando suas respostas e colocando mais alguns pôsteres do filme. Pode acreditar, é uma boa pedida para o fim de semana.

Pôsteres:

Wallpapers:

Trailer:

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Interpol emite ordem de captura contra opositor venezuelano

Manuel Rosales

A Interpol (polícia internacional) emitiu nesta quinta-feira uma ordem de captura contra o líder opositor venezuelano Manuel Rosales, que está no Peru, onde aguarda resposta a um pedido de asilo político.

"A Interpol já tem um alerta de difusão vermelha (alerta máximo) para a captura de Manuel Rosales", afirmou o diretor da Polícia Científica da Venezuela (CICPC), Wilmer Flores, em entrevista coletiva.

"Qualquer país que tenha conhecimento da presença deste cidadão (Rosales) deve informar ao Estado venezuelano e colocá-lo à disposição das autoridades", disse Flores.

Rosales é acusado pelo Ministério Público de enriquecimento ilícito durante sua gestão como governador do Estado de Zulia. O Ministério Público afirma que Rosales não pode comprovar a procedência de US$ 68 mil em sua declaração de patrimônio relativa aos anos de 2002 a 2004.

O ex-candidato presidencial, no entanto, alega ser vítima de perseguição política por parte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Em março, Rosales abandonou o cargo de prefeito de Maracaibo, a segunda maior cidade da Venezuela, e se refugiou no interior de Zulia, para preparar sua defesa.

Rosales deveria ter comparecido na segunda-feira a um tribunal venezuelano para responder a acusação de enriquecimento ilícito. No entanto, ele fugiu no início da semana para o Peru, acompanhado da família, e pediu asilo político no país.

A ordem de prisão contra Rosales foi emitida na quarta-feira. A juíza Reina Morandy Mijares, do Tribunal 19 de Controle, em Caracas, justificou a ordem de prisão ao afirmar, por meio de um comunicado, que Rosales "tem demonstrado não possuir vontade de se submeter ao processo, além do fato de que o mesmo não contribui com sua conduta à boa administração da Justiça e rapidez do processo".

Asilo

Na avaliação da Fiscal Geral do Ministério Público venezuelano, Luisa Ortega Díaz, o governo peruano não pode conceder asilo político a Rosales, porque o líder opositor está sendo acusado de corrupção e "não de delito político".

"Todos os Estados soberanos podem dar asilo político a qualquer pessoa, no entanto, a convenção sobre asilo entre Peru e Venezuela determina que esse mecanismo só deve ser ativado caso um cidadão cometa delito político", afirmou Díaz, em entrevista à televisão estatal.

O governo peruano pode demorar pelo menos duas semanas para responder se concederá ou não o asilo político a Rosales.

Mesmo antes da ordem de prisão, na terça-feira, o advogado de Rosales em Lima, Javier Valle-Riestra, adiantou que uma ordem de captura não era viável porque o líder opositor já havia solicitado asilo político. Valle-Riestra é congressista e foi primeiro-ministro durante o governo de Alberto Fujimori.

Caso de seja preso e condenado, Rosales pode pegar pena de três a dez anos de prisão, conforme prevê a Lei Anticorrupção.

(fonte: BBC Brasil)

Comentário: Ao menos uma prova de que o governo Chávez não é apenas perseguição política. A caçada a Manuel Rosales não se constitui apenas de "expurgo político", mas de caçada a um criminoso. No Brasil é diferente, não existe fuga de acusados de corrupção por causa da ausência de uma lei anticorrupção, que puna justamente os corruptos que infestam este país. Nossos parlamentares não precisam de aumentos de salários, auxílios paletós e etc, mas de rédeas. Jamais esqueçamos que os únicos cidadãos brasileiros que não são atingidos pelas leis comuns são nossos representantes políticos.

Mesmo com o escândalo das passagens aéreas, deputados ainda querem discutir reajuste salarial


Apesar de os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), terem anunciado ontem apenas um novo sistema de controle no uso de passagens aéreas, a ideia do "pacote moralizador", que entrou em discussão no feriado de Tiradentes para tirar o Congresso da pauta de escândalos de mau uso do dinheiro público, ainda está de pé. Líderes e dirigentes da Câmara querem retomar este debate na próxima semana, com o objetivo de encontrar uma fórmula que lhes permita aumentar o salário dos parlamentares, com o discurso de que o pacote representa um ganho em transparência e na economia de uma cifra vultosa(Grifo meu).

A fórmula discutida nos bastidores do Congresso prevê o fim da verba indenizatória de R$15 mil mensais e a incorporação de parte dela aos salários, equiparando os vencimentos do parlamentar (R$ 16,5 mil) ao que recebe hoje um ministro do Supremo Tribunal Federal (R$ 24 mil), exatamente como manda a Constituição. Para escapar das críticas de reajustar salário em meio à enxurrada de denúncias, o pacote deverá ser discutido no contexto mais amplo de uma reforma administrativa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(fonte: Yahoo! notícias)

Comentário: isso é que é trabalhador brasileiro de verdade! Mesmo com tantos escândalos de mau uso de dinheiro público, os nossos caros parlamentares ainda arranjam tempo para planejar seus próximos aumentos salariais. É irônico pensar que no sistema capitalista em que vivemos, a única pesoa que pode aumentar o salário de seus empregados é o patrão. E nós somos os patrões dessa canalhada toda!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Biografia: Karl Marx


O filósofo e economista socialista alemão Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, ao Sul da Prússia (atual Alemanha), no dia 5 de maio de 1818. De uma família de classe média judaica, foi o segundo dos oito filhos do advogado Hirschel Marx com sua esposa, Henriette Pressburg. Graças às leis anti-semitas promulgadas pelo rei da Prússia, sua família se converteu ao protestantismo em 1824. Durante a infância até a adolescência, Marx foi considerado um excelente aluno. Ao concluir o Liceu de Trier em 1835, entra na Universidade de Bona, e depois na de Berlim, onde cursa Direito, interessando-se, sobretudo por História e Filosofia. Em Berlim, aderiu ao círculo dos "hegelianos de esquerda" (Bruno Bauer e outros) que procuravam tirar da filosofia de Hegel conclusões atéias e revolucionárias.

Em 1841 termina o curso com uma tese de doutoramento intitulada Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Ao sair da Universidade, Marx fixou-se em Bona, onde contava tornar-se professor. Mas a política reacionária de um governo que, em 1832, tinha tirado de Ludwig Feuerbach da sua cadeira de professor, recusando-lhe novamente o acesso à Universidade em 1836, e que em 1841 proibira o jovem professor Bruno Bauer de fazer conferências em Bona, obrigou Marx a renunciar a uma carreira universitária. Em 1842 os burgueses radicais da Renânia (região ao Sul da Prússia, onde se localiza Bona) criam um jornal, A Gazeta Renana, onde Marx torna-se redator-chefe em outubro do mesmo ano, mudando-se para a cidade de Colônia. Sob a direção de Marx, a tendência democrática revolucionária do jornal acentuou-se cada vez mais e o governo começou por submetê-lo a uma dupla, e até mesmo tripla censura, o que acabou na suspensão completa do jornal em 1843, e na sua proibição em março daquele ano.

Em 1843, Marx casou-se, em Kreuznach, com Jenny von Westphalen, que pertencia a uma família nobre e reacionária da Prússia. No casamento tem cinco filhos: Franziska, Edgar, Eleanor, Laura e Guido. No Outono de 1843, Marx foi para Paris para editar no estrangeiro uma revista radical em colaboração com Arnold Ruge; contudo só houve o primeiro fascículo desta revista, intitulada Anais Franco-Alemães, que teve de ser suspensa por causa das dificuldades com a sua difusão clandestina na Alemanha e de divergências com Ruge. Nos artigos de Marx publicados pela revista, ele aparece-nos já como um revolucionário que proclama "a crítica implacável de tudo o que existe" e em particular apela para as massas e o proletariado. Em 1944, Marx escreve seu primeiro grande trabalho, o artigo Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel.

Em Setembro do mesmo ano, Karl Marx conhece o industrial Friedrich Engels em Paris, onde se tornam grandes amigos. Ambos tomaram uma parte muito ativa na vida agitada da época dos grupos revolucionários de Paris (especial importância assumia então a doutrina do anarquista Proudhon, que Marx submeteu a uma crítica impiedosa na sua obra Miséria da Filosofia, publicada em 1847, como resposta da obra de Proudhon, Filosofia da Miséria) e, numa árdua luta contra as diversas doutrinas do socialismo pequeno-burguês, elaboraram a teoria e a tática do socialismo proletário
revolucionário ou comunismo (marxismo). Em 1845, a pedido do governo prussiano, Marx foi expulso de Paris como revolucionário perigoso; foi para Bruxelas, na Bélgica, onde fixou residência. Na Primavera de 1847, Marx e Engels filiaram-se numa sociedade secreta de propaganda, a Liga dos Comunistas, onde tiveram papel destacado no II Congresso desta Liga (Londres, Novembro de 1847) e por incumbência do Congresso redigiram o célebre Manifesto do Partido Comunista, publicado em Fevereiro de 1848. Quando eclodiu a revolução de Fevereiro de 1848, na França, Marx foi expulso da Bélgica. Regressou novamente à Paris, que deixou depois da revolução de Março para voltar à Alemanha junto à sua família e com Engels para fixar-se em Colônia, aproveitando a morte de Guilherme IV, antigo rei da Prússia. Foi aí que apareceu, de 1 de Junho de 1848 até 19 de Maio de 1849, a Nova Gazeta Renana, de que Marx foi o redator-chefe. A nova teoria foi brilhantemente confirmada pelo curso dos acontecimentos revolucionários franceses de 1848-1849 e posteriormente por todos os movimentos proletários e democráticos em todos os países do mundo. A contra-revolução vitoriosa arrastou Marx ao tribunal (foi absolvido em 9 de Fevereiro de 1849) e depois expulsou-o da Alemanha (em 16 de Maio de 1849). Voltou então para Paris, de onde foi igualmente expulso após a manifestação de 13 de Junho de 1849, e partiu depois para Londres, onde Engels já estava exilado. Em Londres, Karl Marx viveu seus últimos dias.

As condições desta vida de emigração eram extremamente penosas, como o revela com particular vivacidade a correspondência entre Marx e Engels (editada em 1913). Marx e sua família viviam literalmente esmagados pela miséria; sem o apoio financeiro constante e dedicado de Engels, Marx não só não teria podido acabar O
Capital, como teria fatalmente sucumbido à miséria. Além disso, as doutrinas e as correntes predominantes do socialismo pequeno-burguês, do socialismo não proletário em geral, obrigavam Marx a sustentar uma luta implacável, incessante e, por vezes, a defender-se mesmo dos ataques pessoais mais furiosos e mais absurdos. Conservando-se à margem dos círculos de emigrados, Marx desenvolveu numa série de trabalhos históricos a sua teoria materialista, dedicando-se, sobretudo ao estudo da economia política. Revolucionou esta ciência nas suas obras Contribuição para a Crítica da Economia Política (1859) e O Capital (1867).

A época da reanimação dos movimentos democráticos, no final dos anos 50 e nos anos 60, levou Marx a voltar ao trabalho prático. Foi em 1864 que se fundou em Londres a célebre Associação Internacional dos Trabalhadores, a I Internacional. Marx foi a sua alma, sendo o autor de um grande número de resoluções, declarações e manifestos. Unindo o movimento operário dos diversos países, procurando orientar numa via de atividade comum as diferentes formas do socialismo não proletário, pré-marxista, combatendo as teorias de todas estas seitas e escolas, Marx foi forjando uma tática única para a luta proletária da classe operária nos diversos países. Depois da queda da Comuna de Paris (1871) e depois da cisão provocada pelos partidários de Bakunin (um grande teórico do Anarquismo), a Internacional não pôde continuar a subsistir na Europa. Depois do Congresso de 1872 em Haia, Marx conseguiu a transferência do Conselho Geral da Internacional para Nova lorque. A I Internacional tinha cumprido a sua missão histórica e dava lugar a uma época de crescimento infinitamente maior do movimento operário em todos os países do mundo, caracterizada pelo seu desenvolvimento em extensão, pela formação de partidos socialistas operários de massas no quadro dos diversos Estados nacionais.

A sua atividade intensa na Internacional e os seus trabalhos teóricos, que exigiam esforços ainda maiores, abalaram definitivamente a saúde de Marx. Prosseguiu a sua obra de transformação da economia política e de acabamento de O Capital, reunindo uma massa de documentos novos e estudando várias línguas (o russo, por exemplo), mas a doença impediu-o de terminar O Capital.

A 2 de Dezembro de 1881, morre a sua esposa. A 14 de Março de 1883, Marx faleceu de tuberculose sobre a mesa de seu escritório. Foi enterrado junto da sua mulher no cemitério de Highgate, em Londres, num setor reservado às pessoas banidas e rejeitadas pela Igreja Anglicana. Vários filhos de Marx morreram muito jovens (Franziska, Edgar e Guido), em Londres, quando a família atravessava uma grande miséria. Três das suas filhas casaram com socialistas ingleses e franceses: Eleanor Aveling, Laura Lafargue e Jenny Longuet; um dos filhos desta última foi membro do Partido Socialista Francês.

Obras

Entre os principais trabalhos de Marx, está Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel, de 1844; é o primeiro esboço sobre a dialética Hegeliana, visto sobre uma ótica materialista dialética. Os Manuscritos Econômico-Filosóficos, também de 1844, foram publicados somente em 1932, na União Soviética, e é uma obra inacabada; explana acerca da alienação humana, e expõe a teoria de um Socialismo humanista. As Teses sobre Feuerbach, redigidas em 1845, critica o materialismo teórico de Feuerbach, expondo também um novo materialismo, uma nova filosofia, que ao invés de apenas interpretar o mundo, também se encarregaria de modificá-lo. Também escrito em 1945, A Sagrada Família foi uma obra feita na parceria de Marx com Engels, que visava a crítica ao hegeliano Bruno Bauer e seus irmãos. A Ideologia Alemã, de 1845-46, também foi uma obra comum dos dois, e não fora publicada por motivo de censura, visto que mostrava a filosofia marxista, o materialismo marxista.

Em 1847, Marx escreve A Filosofia da Miséria, severa crítica ao anarquista francês Proudhon, que anteriormente havia criticado Marx em sua obra Filosofia da Miséria. No mesmo ano a dupla Marx e Engels redige seu último livro juntos, O Manifesto do Partido Comunista, em que expõe um resumo do que é o materialismo histórico, e um breve apelo à revolução proletária; é nessa obra que os dois proclamam a célebre frase "Proletários de todo o mundo, uni-vos!".

Em 1852 sai nos jornais O 18 Brumário de Luís Bonaparte, primeira análise de um fato histórico (no caso o golpe de Estado de Luís Bonaparte na França) com a teoria do materialismo histórico; essa mesma obra é publicada como livro em 1869. Sobre a Crítica da Economia Política, de 1859, também é uma crítica da sociedade com a mesma teoria, e é complementada com Esboço de Crítica da Economia Política, escrito em Londres entre 1851-58, que é inacabado.

Em 1867 Marx escreve então sua obra-prima, O Capital – volume 1, o qual trata sobre a economia, principalmente a teoria da acumulação capitalista, a formação da mais-valia, entre outros assuntos. Os volumes 2 e 3 d'O Capital foram publicações póstumas, editadas por Engels em 1885 e em 1894. Karl Kautsky publicou outros textos como volume IV, em 1904-10.

Filosofia marxista

1 – Materialismo dialético

Tendo como base o pensamento dos filósofos gregos Demócrito e Epicuro acerca do materialismo, e de Heráclito acerca da dialética (do grego dois logos, dois opiniões contrárias), Marx cria o Materialismo dialético, como oposição ao Idealismo de Hegel e ao Materialismo de Feuerbach.

No Materialismo dialético há apenas a matéria, o objeto; portanto nega-se a existência de Deus e da alma. Nesse método, as leis do pensamento são as mesmas da realidade, é realidade e pensamento a um só tempo. A realidade teria as suas condições internas, a chamada tese; logo surgiriam as contradições dessas condições, a chamada antítese; a tese e a antítese formariam então a união das contradições, que resultariam então na superação dessas contradições conhecidas como síntese. Essa incessante luta de opostos, segundo Marx, seria o motor da história, visto que é dessa forma que os processos históricos da humanidade se desenvolvem.

2 – Materialismo histórico

Com o Materialismo histórico, seria possível explicar os diferentes processos históricos da humanidade. Para que isso aconteça, é necessário antes comparar a sociedade a uma construção: há a infra-estrutura (tijolos, cimento, etc.), em que se encontra a economia, o contexto econômico da sociedade, e depois vem a super-estrutura (reboco, pintura, etc.), que no contexto histórico são as leis, ideologias, religião, justiça, ou seja, todo o aparato de idéias.

O homem é autor da própria história, contudo não pode escolher as condições em que ele vive, pois estas condições são pré-estabelecidas; e essas condições são justamente a infra-estrutura e a super-estrutura da sociedade. Logo, no materialismo histórico o entendimento desses aspectos torna-se vital para a compreensão dos processos históricos, o que é provado na obra O 18 Brumário de Luís Bonaparte, em que o filósofo estuda o golpe de Estado bonapartista com a visão materialista histórica.

3 – A luta de classes

Segundo Marx, "A história de todas as sociedades que existiram até hoje é a história de lutas de classes". Ou seja, durante toda a história, os fatos foram decididos com as lutas de classes opostas (senhores de escravos – escravos, senhores feudais – servos, burgueses – proletários). Logo, sempre, na história da humanidade, houve a luta entre exploradores e explorados, e na sociedade capitalista isso não seria diferente.

Com o Capitalismo, a economia mundial se unificaria cada vez mais, chegando ao ponto de todos os povos do mundo trabalharem apenas para um pequeno grupo de empresários. Isso seria o estopim para o início da revolução proletária que se encaminharia, com o objetivo de destruir essa realidade. O capitalismo (tese) sofreria suas contradições internas (exploração de poucos sobre muitos, desigualdade, luta de classes – a antítese), que por fim resultaria na superação do sistema (síntese), que seria o Socialismo, sistema político-econômico em que o Estado seria o proprietário dos meios de produção, ou seja, da propriedade privada. Esse sistema seria caracterizado pela ditadura do proletariado, ou seja, a exploração de muitos sobre poucos; no fim esse sistema também sofreria suas contradições internas, o que resultaria no Comunismo, sistema político-econômico em que o Estado é dissolvido, e não há mais classes sociais.

Para que tudo isso acontecesse, seria necessária antes a formação dos partidos de vanguarda do proletariado, que educaria os trabalhadores, visto que esses são alienados pela ideologia reinante, a ideologia burguesa. Por sua vez, esse partido não teria a função única de ganhar votos e satisfazer interesses próprios (como é o que acontece), mas sim lutar junto aos trabalhadores, libertando-os da alienação. Dessa forma, chegaríamos ao ponto mais alto dos modos de produção, o Comunismo.

4 – Economia política

Sua principal contribuição foi, sem dúvida, para a economia política. Sua obra-prima, O capital, expõe seu trabalho de anos de pesquisa no Museu Britânico.

Utilizando um método de análise coerente, Karl Marx analisa o Capitalismo como um modo de produção transitório, com suas bases e contradições. O valor, aqui dividido em valor-de-uso e valor-de-troca, é visto como a célula-máter do sistema capitalista. O valor-de-uso é cristalizado na mercadoria, que por sua vez contém em si o seu valor-de-troca e a mais-valia, que é a parte do valor da produção que vai para o patrão, constituindo assim no seu lucro.

Além do valor, a mais-valia também é dividida em dois tipos: mais-valia absoluta e mais-valia relativa. A mais-valia absoluta é o valor produzido a mais pelo proletário, numa hora extra de trabalho que não é paga a esse trabalhador. Já a mais-valia relativa é também um valor extra produzido pelo trabalhador que não é paga, contudo só é adquirida através da troca de máquinas ultrapassadas por máquinas novas e mais eficientes, o que aumenta a produção capitalista.

Conclusão

Karl Marx é um dos mais importantes filósofos da humanidade, sendo estudado nos ramos da economia, política, filosofia, sociologia e na história. Suas teorias revolucionárias serviram como base para os mais diversos movimentos políticos pelo mundo todo, sendo inspiração até mesmo nas greves e manifestações dos mais diversos.

Com o materialismo histórico-dialético, Marx não mudou só a forma de analisar o mundo, mas também a forma de transformar esse mundo, visto que o mesmo já disse em sua obra Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo." Com isso, Marx estaria dando aos marxistas (seguidores das suas doutrinas) o seu dever principal: transformar o mundo para melhor, formando cada vez mais uma sociedade mais justa e igualitária.

Marx e Engels não queriam simplesmente mudar o mundo, mas primeiro estudá-lo, para reconhecer a melhor forma de modificá-lo; isso os diferenciou dos socialistas utópicos, pelo fato de que, ao contrário destes, o socialismo marxista tinha um embasamento científico, por isso mesmo sendo conhecido como socialismo científico. Essa idéia é bem clara na sua obra conjunta Manifesto do Partido Comunista, em que a tese do socialismo científico é inaugurada oficialmente.

Ao lado de Adam Smith e David Ricardo, Marx foi sem dúvida um dos maiores economistas que a humanidade já teve. O economista foi quem analisou mais profundamente o sistema capitalista, tendo sua carreira identificada por ser um grande crítico desse sistema político-econômico, que segundo ele será destruído pela classe proletária. A destruição do capitalismo ainda não ocorreu, contudo Marx é hoje em dia considerado um verdadeiro "profeta" pelo fato de ele já ter previsto, em pleno século XIX, o fenômeno da globalização do mercado! É claro que este não dizia o nome do fenômeno, apenas o descrevia.

Com tudo isso, Karl Marx ainda hoje é cultuado como um grande pensador. O fundador do marxismo é a grande inspiração dos partidos de esquerda atuais, além de ser o grande responsável pela maioria dos movimentos políticos tanto do século XX como do século XXI, movimentos esses que garantem, até hoje, os direitos que conquistamos.

sábado, 18 de abril de 2009

Exclusivo: vaza na internet vídeo em que prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), mostra sua verdadeira face

O vídeo vazou. Agora resta ser divulgado. A polêmica cena em que Roberto Góes manda o guarda municipal "se virar" agora rola no YouTube, principal site de vídeos na Internet. Abaixo, posto o vídeo, que foi dividido em 9 partes para melhor visualização dos internautas, princiapalmente tucujus, pelo fato de este disporem de uma internet de baixa qualidade e velocidade insuportavelmente lentas. Tenha paciência, e seje forte! (Como diz a voz do governo do Amapá, Randolfo gato). Ao final das exibições, tire suas conclusões...

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7


Parte 8


Parte 9



p.s.: por ser "Ministro da Paciência" e para evitar dores de cabeça, eu baixei logo os vídeos. Se você é tão leigo quanto eu, mas não tem um programa que baixe vídeos do YouTube, faça o download do aTube Catcher, um programa pequeno e simples de ser manuseado.
p.s.s.: o "clímax" se encontra nas partes 8 e 9.

Do blog do Celso Lungaretti: OAB confirma ilegalidade da prisão e possível extradição de Cesare Battisti

O BRASIL TEM UM PRESO POLÍTICO: CESARE BATTISTI

Celso Lungaretti (*)
A ditadura militar acabou em 1985, mas existe atualmente um prisioneiro político no Brasil: o escritor italiano Cesare Battisti.

Desde o último dia 15 de janeiro, quando foi publicada no Diário Oficial a decisão do Governo brasileiro concedendo-lhe refúgio humanitário, ele deveria ter sido colocado em liberdade, para escrever seus livros e viver em paz neste país que sempre se notabilizou pela acolhida generosa aos perseguidos políticos de todas as nações e tendências ideológicas.

Tal entendimento foi reforçado pela Comissão de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ao acatar parecer do jurista José Alonso da Silva, um dos maiores constitucionalistas brasileiros da atualidade, segundo o qual "qualquer que seja a decisão do Supremo Tribunal Federal no processo da extradição, esta não pode mais ser executada, tendo em vista a concessão da condição de refugiado do extraditando".

Cesare Battisti está preso no Brasil há exatos 25 meses, por determinação do STF, que acolheu prontamente um pedido italiano neste sentido.

No entanto, sustenta a OAB, "a decisão do Ministro da Justiça, concedendo a condição de refugiado a Cesare Battisti, sob ser um ato da soberania do Estado brasileiro, está coberta pelos princípios da constitucionalidade e da legalidade".

E, o que é mais importante, "em face dessa decisão, e nos termos do art. 33 da Lei 9.474, de 1997, fica obstada a concessão da extradição, o que implica, de um lado, impedir que o Supremo Tribunal Federal defira o pedido em tramitação perante ele, assim como a entrega do extraditando ao Estado requerente, mesmo que o Supremo Tribunal Federal, apesar da vedação legal, entenda deferir o pedido" (grifo meu).

Foi o que afirmei quando, sabatinado pela Folha de S. Paulo, o presidente do STF Gilmar Mendes admitiu uma hipótese juridicamente indefensável: "Se for confirmada a extradição, ela será compulsória e o governo deverá extraditá-lo".

A imprensa propalara o boato (já que nenhuma fonte o confirmava) de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria mandado ao STF o recado de que, se fosse para extraditar Battisti, que tratasse de tornar sua decisão definitiva -- pois, cabendo a ele decidir como última instância, Lula se recusaria a arcar com o ônus dessa infâmia.

Mendes correu a sinalizar que o Supremo quebraria o galho, mesmo que tivesse de incidir num aberrante casuísmo.

No mesmo dia, eu adverti:

"...nesse prato feito que Gilmar Mendes pretende enfiar pela goela dos brasileiros adentro, há dois ingredientes altamente indigestos, que implicam uma guinada de 180º nas regras do jogo até hoje seguidas e sacramentadas por decisões anteriores do próprio STF:

* a revogação, na prática, do artigo 33 da Lei nº 9.474, de 22/07/1997 (a chamada Lei do Refúgio), segundo o qual "o reconhecimento da condição de refugiado obstará o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio";
* a transformação do julgamento do STF em instância final, em detrimento do Executivo, ao qual sempre coube tal prerrogativa."

A OAB acaba de confirmar integralmente minha avaliação, vindo ao encontro da posição que sustento há meses: ao manter Battisti preso depois da concessão do refúgio humanitário, o STF extrapola suas atribuições e inspira fundados receios de que esteja colocando motivações de ordem política à frente do espírito de justiça e da letra da Lei.

É como muitos brasileiros percebem a atuação do ministro Gilmar Mendes. Será catastrófico para a imagem do Judiciário se o Supremo como instituição o acompanhar nessa faina reacionária.

Obs.: a íntegra do parecer de José Alonso da Silva está em http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=16483
* Jornalista, escritor e ex-preso político, mantém os blogs

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Festival de História em Quadrinhos na Web


Festival de História em Quadrinhos na Web

A Marvel, gigante americana dos quadrinhos, está oferece parte de seu acervo para internautas. A maioria dos 2,5 mil exemplares está disponível mediante assinatura mensal ou anual. Mas, para conquistar internautas que não estão acostumados a pagar por conteúdo, 250 exemplares estarão disponíveis de graça. Os assinantes terão acesso a exemplares raros online, como os primeiros números de séries como Homem-Aranha, O Incrível Hulk e Quarteto Fantástico.

Segundo o jornal americano USA Today, os internautas poderão avançar pela história de várias formas, inclusive quadro a quadro. A página da Marvel informa que não é necessário baixar nenhum programa para ver os exemplares e que serão oferecidos também tutoriais, explicando como os quadrinhos poderão ser acessados.

"Nossa qualidade é bem maior, o acervo é enorme e nunca ficará fora de moda. Esta é a forma legal de fazer as coisas", disse o editor-chefe da Marvel, Joe Quesada. A grande adversária da Marvel, a DC Comics, já disponibilizou alguns de seus exemplares pelo site de relacionamento MySpace.

Para ler as revistas no formato digital, clique aqui.
(fonte: Café História)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O verdadeiro significado da Páscoa


Páscoa (do hebraico "Passat", passagem). Na Religião Judaica, o Passat é a celebração da libertação dos hebreus do Egito, mais especificamente no episódio em que o povo hebreu atravessa o Mar Vermelho, "a pé enxuto" como diz no livro do Êxodo, um dos muitos que compõem a Bíblia. Guiados por Deus através de Moisés, o povo viajou por muitos dias até chegar à chamada "Terra Prometida", localizada no atual Israel. Para os cristãos, a Páscoa se trata da Ressurreição de Cristo, quando depois de três dias morto da cruz Jesus Cristo voltou à vida, mostrando assim o poder de Deus.

O capitalismo, assim como em outras datas, distorce o real significado da Páscoa. Transforma tão importante data num dia comercial, oportunidade para vender seus tão preciosos ovos de chocolate. Procure nos meios de comunicação, nas lojas, nas esquinas e verá que a Páscoa se resume em apenas chocolate, e nada mais. A imagem de Jesus vitorioso é deixada de lado para no lugar se colocar a imagem de um coelho e um ovo.

O mais importante de tudo é que, numa data tão especial como essa, não esqueçamos o real significado de Páscoa: Passagem. Para os judeus, da escravidão para a liberdade; para os cristãos, da morte para a vida; para cada um de nós, do egoísmo e da indiferença para a fraternidade e justiça.

Se o Natal é o nascimento, a Páscoa é o Renascimento: é tempo de renascer, mudar de atitude, mudar de vida.

Então Jesus se aproximou, e falou: "Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a Terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28, 18-20)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A crise está braba...

Câmara Federal está "alerta" contra o CQC


O repórter Marcelo Tas, apresentador do programa CQC, publicou ontem no seu blog a seguinte postagem:

"A mensagem abaixo, que tem como suposta procedência a Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados, foi enviada para as caixas de e-mails dos funcionários daquela gloriosa instituição parlamentar no dia 23 de Março. Outra com o mesmo tipo de "alerta", foi remetida no último dia 6 de Abril.

É um alento saber que tem gente no Congresso Nacional "preocupada" com o CQC e nossas "mesmas brincadeiras de sempre", como diz o texto. Seria melhor, claro, se ao invés de preocupados com o CQC estivessem "ocupados" em servir a sociedade. O que pelo jeito não está acontecendo como mostra o quadro "Controle de Qualidade", com Danilo Gentili, veiculado ontem no programa (video acima), gravado exatamente nas datas quando foram emitidos os tais e-mails de "alerta".

"Caros,
A equipe do CQC deve vir à Câmara entre esta terça e quinta-feira (23 a 25). Na pauta está o caso Edmar Moreira, mas a trupe certamente vai aproveitar para fazer mais das mesmas brincadeiras de sempre. Ficaremos em alerta...

Abraços,
Francisco Brandão
Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados"

PS1: agradeço e mantenho em sigilo, por motivos óbvios, a identidade do funcionário que me enviou a informação. Do lado de cá, estaremos também sempre "alerta" para qualquer nova informação relevante que vocês possam informar a sociedade (é só mandar: blogdotas@uol.com.br). Aliás, esta sim, a sociedade, diante dos seus representantes é que deve estar mais "alerta". Câmbio, beijomeliga.

PS2: Quem precisa ficar "alerta" também é a Prefeitura de São Paulo. Ontem, ao invés de responder à sociedade por quê, depois de mais de 40 dias de aula, ainda tem escola sem material didático e uniformes na cidade mais rica do país, preferiram tentar desqualificar o nosso "Proteste Já" dizendo que se tratava de um quadro humorístico. Realmente somos humoristas, mas brincar com a Educação das crianças paulistanas não tem a menor graça. Fiquem alertas, senhores da Secretaria Municipal da Educação. Nós estamos correndo atrás..."

(fonte: http://marcelotas.blog.uol.com.br/)

É meus caros leitores... pelo visto, nossos tão queridos e democráticos representantes andam em polvorosa com o programa jornalístico-humorístico CQC. O programa, apresentado na Band às segundas, 22:30 horas, vem prestado seu serviço de informação com competência que poucos programas têm. Congratulações a toda a equipe CQC!!!

terça-feira, 7 de abril de 2009

História: Veja como a imprensa burguesa noticiou o golpe de 64

Emir Sader sugeriu em seu blog aqui na Carta Maior: “que tal republicar as manchetes de cada órgão de imprensa naquele primeiro de abril de 1964?”. Aqui está uma seleção do que foi destaque nos principais jornais do Brasil a partir do 1º de abril de 1964. Se algum desavisado recebesse em mãos qualquer destes periódicos imaginaria a ditadura com carnaval nas ruas e militares ovacionados pelo povo. A pesquisa abaixo foi publicada no blog da BrHistória, da jornalista Cristiane Costa:


“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem.
Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada ...”
(O Globo - Rio de Janeiro - 4 de Abril de 1964)


“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade.
Ovacionados o governador do estado e chefes militares.
O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade. Toda área localizada em frente à sede do governo mineiro foi totalmente tomada por enorme multidão, que ali acorreu para festejar o êxito da campanha deflagrada em Minas (...), formando uma das maiores massas humanas já vistas na cidade”

(O Estado de Minas - Belo Horizonte - 2 de abril de 1964)


“Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos”
“Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”

(O Globo - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)


“A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”
(O Dia - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)


“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou., o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu.”
(Tribuna da Imprensa - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)


“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”
(Editorial de O Povo - Fortaleza - 3 de Abril de 1964)


“Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”
(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 1º de Abril de 1964)


“Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República ...O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”
(Correio Braziliense - Brasília - 16 de Abril de 1964)


“Vibrante manifestação sem precedentes na história de Santa Maria para homenagear as Forças Armadas. Cinquenta mil pessoas na Marcha Cívica do Agradecimento”
(A Razão - Santa Maria - RS - 17 de Abril de 1964)


“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”.
(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 31 de Março de 1973)


“Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”.
(Jornal do Brasil, edição de 01 de abril de 1964.)


"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada".
Editorial do jornalista Roberto Marinho, publicado no jornal" (O Globo", edição de 07 de outubro de 1984, sob o título: "Julgamento da Revolução").


Mais algumas manchetes:
31/03/64 – CORREIO DA MANHÃ – (Do editorial, BASTA!): "O Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora, basta!"
1°/04/64 – CORREIO DA MANHÃ – (Do editorial, FORA!): "Só há uma coisa a dizer ao Sr. João Goulart: Saia!"
1º/04/64 – ESTADO DE SÃO PAULO – (SÃO PAULO REPETE 32) "Minas desta vez está conosco"... "dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições."
02/04/64 – O GLOBO – "Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada"... "atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal".
02/04/64 – CORREIO DA MANHÃ – "Lacerda anuncia volta do país à democracia."
05/04/64 – O GLOBO – "A Revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista".
05/04/64 – O ESTADO DE MINAS – "Feliz a nação que pode contar com corporações militares de tão altos índices cívicos". "Os militares não deverão ensarilhar suas armas antes que emudeçam as vozes da corrupção e da traição à pátria."
06/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "PONTES DE MIRANDA diz que Forças Armadas violaram a Constituição para poder salvá-la!"
09/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Congresso concorda em aprovar Ato Institucional".

Pesquisa: Clarissa Pont

sábado, 4 de abril de 2009

Aos 72 anos, morre no Rio o ex-deputado Márcio Moreira Alves, estopim do AI-5

O jornalista e ex-deputado federal Márcio Moreira Alves morreu ontem aos 72 anos no Rio de Janeiro de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado desde outubro no hospital Samaritano após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral).
12.dez.1968/Folha Imagem
Na Câmara, Moreira Alves diz que seu discurso não teve objetivo de ofender Forças Armadas
Na Câmara, Moreira Alves diz que seu discurso não teve objetivo de ofender Forças Armadas

Seu corpo foi velado no Palácio Tiradentes, sede da Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, e a seguir foi cremado no Cemitério do Caju. (Leia mais em http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,corpo-de-ex-deputado-marcio-moreira-alves-e-cremado-no-rio,350046,0.htm)

Moreira Alves nasceu no Rio de Janeiro em 14 de julho de 1936 e ficou conhecido pelo discurso que fez na Câmara sugerindo o boicote às comemorações do Sete de Setembro de 1968. O governo militar ordenou que seu mandato fosse cassado, mas foi negado pela Câmara Federal. Foi o pretexto utilizado pelo governo militar para instaurar o AI-5 (Ato Institucional número 5), que se transformou em um dos principais símbolos da ditadura (1964-1985).

O ato concedia poder irrestrito aos governantes com direito à censura a meios de comunicação e ao fechamento do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.

Moreira Alves se elegeu deputado federal em novembro de 1966 pelo MDB, representando o extinto Estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro). Tomou posse em fevereiro de 1967 e sua atuação foi marcada pela luta contra o regime militar.

O discurso sugerindo o boicote foi proferido no dia 2 de setembro de 1968 depois que a Universidade Federal de Minas Gerais foi fechada, e a UnB (Universidade de Brasília) foi invadida pela Polícia Militar. O pronunciamento de Moreira Alves foi considerado pelos ministros militares como ofensivo "aos brios e à dignidade das forças armadas".

O pronunciamento resultou num pedido de cassação do mandato de Moreira Alves com o aval do STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido de cassação foi rejeitado pelo plenário da Câmara.

Reprodução
Aos 72 anos, Márcio Moreira Alves morreu no Rio de Janeiro após sofrer um AVC
Aos 72 anos, Márcio Moreira Alves morreu no Rio de Janeiro após sofrer um AVC

Com a edição do AI-5, em 13 de dezembro de 1968, foram presos diversos jornalistas e políticos que haviam manifestado sua oposição ao governo. Moreira Alves encabeçava a lista dos 11 deputados federais que teriam o mandato cassado.

Exílio político

Com o agravamento da crise política no país, Moreira Alves deixou o país ainda em dezembro de 1968 e foi para o Chile, onde ficou exilado até 1971, quando foi para a França para realizar doutorado na Fundação Nacional de Ciências Políticas de Paris.

Entre novembro de 1973 e maio de 1974 viveu na cidade de Havana, onde deu aulas na Faculdade de Ciências Políticas e escreveu o livro Trabalhadores na Revolução de Cuba, baseado nos depoimentos dos membros da família com a qual se hospedou durante esta temporada cubana.

Em abril de 1974 foi para Lisboa e lecionou no Instituto Superior de Economia de Lisboa. Retornou ao Brasil, em setembro de 1979, beneficiado pela Lei da Anistia.

PMDB

Em 1982, após a reforma política que acabou com o bipartidarismo, Moreira Alves se filiou ao PMDB e disputou novamente uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não foi eleito.

Sem nenhum cargo eletivo, Moreira Alves foi nomeado assessor de Luis Carlos Bresser Pereira na presidência do Banespa. Deixou a função em 1984, quando foi assessorar Bresser Pereira na Secretaria de Governo do Estado de São Paulo. Ficou no cargo até 1986.

Nas eleições de 1986 voltou a se candidatar a deputado federal pelo PMDB mas não foi eleito. Em 1987 assumiu a Subsecretaria para Relações Internacionais do governo do Estado do Rio de Janeiro.

Em 1990 deixou o governo do Rio e pediu a desfiliação do PMDB para montar uma empresa de assessoria para assuntos políticos, a Brain Trust Consultores Associados.

Jornalista

Moreira Alves começou sua carreira aos 17 anos, quando assumiu a função de repórter do jornal carioca "Correio da Manhã". Ganhou o prêmio Esso de jornalismo pela cobertura da crise política em Alagoas, em 1957, quando a Assembleia Legislativa do Estado foi invadida. Alves foi atingido por um dos tiros mas mesmo ferido conseguiu passar a reportagem por telegrama.

Em 1958, entrou na Faculdade de Direito da atual UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Em 1963 se formou em ciências jurídicas e sociais.

Foi colaborador dos jornais "O Globo", "O Estado de S.Paulo" e "Jornal do Brasil".

Em julho de 1967, lançou o livro "Torturas e Torturados", que foi apreendido e posteriormente liberado por decisão judicial.

Veja abaixo um infográfico com o resumo do que foi o ano de 1968 para o Brasil:

Clique na imagem para ampliá-la.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Lula diz querer ser 1º presidente do Brasil a emprestar ao FMI


O presidente Lulz Inácio Lula da Silva em Londres, nesta quinta-feira (foto: Ricardo Stuckert/PR)

Lula não revelou montante que pode ser destinado ao FMI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, após a cúpula do G20, que pretende entrar para a história como o primeiro presidente brasileiro que emprestou dinheiro para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na reunião em Londres, Lula e os demais líderes do G20 chegaram a um acordo para que US$ 1,1 trilhão sejam usados para combater a crise financeira global. A maior parte do dinheiro deve ser destinada ao Fundo.

Leia mais na BBC Brasil: G20 anuncia investimento de US$ 1,1 tri para 'encurtar recessão'

Em entrevista coletiva, Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não revelaram o valor que o Brasil vai destinar ao órgão internacional de crédito.

Segundo eles, o Brasil está em negociação com o FMI para que o dinheiro para o Fundo seja na forma de um empréstimo, para que as reservas do país não diminuam. "Vocês não acham chique emprestar dinheiro para o FMI? O Brasil hoje tem solidez", afirmou o presidente.

Momento "inédito"

Lula descreveu a cúpula do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo e os principais países emergentes, como um momento muito importante para o futuro da humanidade.

"Pela primeira vez, os países chamados desenvolvidos se colocaram em pé de igualdade com os que estão em desenvolvimento", afirmou.

O presidente acrescentou que houve "momentos de tensão e discussões calorosas" durante a cúpula, mas que os líderes do G20 conseguiram chegar a um consenso.

"Essa foi a reunião de que eu mais saí gratificado pelo fato de que as pessoas compreenderam que o momento é de prudência e ousadia política", completou Lula.

Doha

Lula afirmou que os líderes do G20 assumiram durante a cúpula a "responsabilidade de decidir a rodada de Doha".

Para ele, os chefes de Estado compreenderam que o desfecho da rodada "é um sinal muito forte para melhorar os efeitos da crise".

"Uma coisa que eu venho tentando há quatro anos aconteceu hoje. Passar a discussão da rodada de Doha para os líderes políticos, e não para os técnicos", afirmou o presidente.

Lula voltou a insistir na necessidade de restabelecer o fluxo de crédito internacional para que os países possam restabelecer o fluxo de suas balanças comerciais.

"Cassius Clay da crise"

O presidente disse ainda que as decisões tomadas pelo G20 terão um impacto positivo na economia do Brasil, mas não se arriscou a fazer previsões sobre o desempenho da economia brasileira em 2009.

Ele rejeitou as projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que indicam uma queda de 0,3% no PIB brasileiro este ano, dizendo estar "mais otimista" do que a organização.

"Acho que a OCDE exagerou nas previsões sobre a retração da economia para 2009", disse Lula.

"Creio que o Brasil vive um momento otimista. Vou continuar passando otimismo. Crise a gente enfrenta lutando".

O presidente afirmou ainda querer ser o "Cassius Clay da crise", em uma alusão ao lutador de boxe que, após a conversão ao islamismo, passou a se chamar Muhammad Ali.

"Eu não tenho medo de cara feia. Imagina se o Cassius Clay tivesse medo de cara feia. O (George) Foreman teria nocauteado ele naquela luta que eles fizeram no Zaire. Entretanto, depois de apanhar por doze assaltos, ele meteu a muqueta e derrubou o cara. Eu me considero o Cassius Clay nessa crise", disse.

Nesta sexta-feira, o presidente faz uma visita às obras do Parque Olímpico de Londres, sede dos jogos de 2012, acompanhado do governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho.

No início da tarde, Lula volta a Brasília.

(fonte: BBC Brasil)